28.03.2022

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Ergoespirometria: além da ergometria e da espirometria

Ergometria, Espirometria e Ergoespirometria são provas funcionais que avaliam a capacidade cardíaca e/ou pulmonar frente a um esforço físico. Enquanto na espirometria o foco é a avaliação do desempenho dos pulmões diante de manobras respiratórias, na ergometria o objetivo é avaliar o desempenho cardíaco através do eletrocardiograma, bem como a pressão arterial, durante um protocolo de esforço físico. E a ergoespirometria? Esta, por sua vez, associa a avaliação de variáveis do desempenho pulmonar à avaliação cardiovascular durante o esforço físico, sendo por isso, conhecida também como teste cardiopulmonar. Portanto, com a ergoespirometria, é possível obter uma avaliação mais sistêmica, permitindo, inclusive, enxergar alterações precoces e possibilitar ações preventivas.

Utilizando todas estas funcionalidades da ergoespirometria, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), campus Baixada Santista, verificaram que o teste cardiopulmonar é eficaz na detecção precoce de alterações respiratórias em pacientes obesos (Gonze et al., 2021). Mais de 750 pacientes com IMC > 30 Kg/m² foram comparados com indivíduos eutróficos de maneira retrospectiva. Após análise multivariada e ajustada para fatores de risco pertinentes, confirmou-se o impacto negativo da obesidade em variáveis cardiovasculares e relacionadas ao consumo de oxigênio, com diminuição do VO2 máximo em mais de 40% nos obesos. No entanto, foi interessante observar que as variáveis de eficiência ventilatória, ou seja, aquelas derivadas da VE (ventilação por minuto) e VCO2 (volume de gás carbônico produzido por minuto) não foram diferentes entre obesos e eutróficos.

Este achado tem grande relevância para a prática clínica: uma vez que a obesidade por si só não altera estes parâmetros, ao evidenciar uma alteração de eficiência ventilatória no resultado do teste cardiopulmonar de um obeso, seja comparado às médias para a população ou numa comparação com exames anteriores do mesmo indivíduo, é possível que esta alteração seja indicativa de uma doença pulmonar. O desafio que o teste cardiopulmonar oferece ao corpo, mesmo em esforços submáximos, é uma condição ideal para que estas alterações apareçam, uma vez que provavelmente demorariam muito mais tempo para serem percebidas no repouso. Dessa forma, conclui-se que a ergoespirometria, diante de uma interpretação cuidadosa, pode auxiliar na identificação de afecções pulmonares em obesos.

Como eu posso usar essas informações na minha prática clínica?

Rigor e precisão na obtenção dos dados no teste cardiopulmonar são fundamentais para a correta interpretação dos resultados. Para isso, a escolha por um analisador de gases que alie qualidade e tecnologia facilita a aplicação dos protocolos do teste cardiopulmonar e a análise adequada de cada variável. Por isso, a Micromed conta com uma linha voltada exclusivamente para a testes cardiopulmonares. Acesse aqui a página da solução Micromed para ergoespirometria e descubra como impulsionar a qualidade dos exames realizados em sua clínica ou hospital.

Referência: Gonze BdB et al.(2021). Dynamic physiological responses in obese and non-obese adults submitted tocardiopulmonary exercise test. PLoS ONE 16(8): e0255724. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0255724 

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por Agência Ouzzi